segunda-feira, 30 de junho de 2014

Audiência Pública: Mãe Luiza em foco

Hoje, segunda-feira, 30, aconteceu a audiência pública "Os problemas causados pelas chuvas no município de Natal (Mãe Luiza e lagoas de captação)", proposta pela Comissão de Planejamento Urbano, Meio Ambiente e Habitação na Câmara Municipal de Natal.

Audiência pública na Câmara Municipal
 
Estiveram presentes alguns vereadores, autoridades, representantes das secretarias municipais, da CAERN e, principalmente, as lideranças comunitárias e a comunidade de Mãe Luiza. Momento muito importante, onde foi possível colocar os anseios e necessidades da comunidade em vista dos desabamentos ocorridos na rua Guanabara.

 Moradores de Mãe Luiza acompanhando a audiência

No encontro a comunidade destacou alguns pontos considerados urgentes para o bem estar social, de seus moradores:
  • Aluguel social;
  • Restabelecimento do abastecimento da água pela CAERN;
  • Reavaliação da Escola Selva Lopes, por parte da Defesa Civil;
  • Relocação dos que estão abrigados nas escolas, tendo em vista a retomada do ano letivo;
  • Fiscalização das construções irregulares, principalmente as que foram construídas em muros de arrimos;
  • Revisão das estruturas dos muros de arrimo;
  • Revisão e manutenção das escadarias;
  • Resposta urgente ao problema da violência estreitamente ligado ao comércio das drogas no bairro, que vem se aproveitando da situação para ameaçar e invadir residências, comércios, abrigos e etc.

Maxuel Amaro dos Santos falando a imprensa sobre suas perdas

De concreto, o que resultou da audiência foi a promessa de aprovação do projeto de "Auxílio Moradia" que será apresentado pela prefeitura a Câmara amanhã, terça-feira, 01 de junho, e votado na quarta-feira, 02. A explicação da prefeitura em relação a escolha desta modalidade de assistência, em detrimento do "Aluguel Social", é a rapidez que a opção escolhida garante ao processo. É o que a comunidade espera. 
De acordo com o projeto, o "Auxílio Moradia" no valor de um salário mínimo será entregue as famílias cadastradas pela SEMTAS - Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social, que possuam renda de até três salários mínimos, para viabilizar os aluguéis. Os casos que não se encaixem nestes padrões serão analisados pelas secretarias. Estaremos de olho.

Representante do Conselho Comunitário Nilson Venâncio na tribuna


Padre Robério diretor do Centro Sócio-pastoral na tribuna

Nilson Venâncio e Padre Robério Camilo ressaltaram a importância de se agir, o mais depressa possível, para dar assistência as famílias afetadas com os dessastres. Mas colocaram também que é necessário planejamento e ações a longo prazo em toda a comunidade de Mãe Luiza, para monitorar as áreas de risco e evitar novas perdas.
A comunidade de Mãe Luiza mostrou a Câmara  Municipal de Natal, que está unida em busca da resolução dos problemas que afetam o bairro, sobretudo para cobrar das autoridades responsáveis o cumprimento de seu papel. Esta é mais uma dentre tantas de nossas lutas e estaremos de olho bem aberto.
   


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Fala Mãe Luiza Impresso - Edição de Junho

A edição de Junho de 2014 já está circulando nos mercadinhos, escolas, igreja, unidade de saúde, no próprio Centro e em outros pontos da comunidade; e mantém a filosofia de trazer luz sobre os assuntos que são de interesse do bairro. 
 Quem não é da comunidade, mas tem interesse em ler o boletim, pode acessá-lo em PDF aqui no blog na aba Edições do Fala Mãe Luiza em PDF. 
 Se você acha interessante algo e gostaria de ver estampado nas páginas do jornal, pode entrar em contato conosco através dos diversos canais de comunicação: Blog, Facebook, ou no e-mail: falamaeluiza@gmail.com.


terça-feira, 24 de junho de 2014

CONVITE: Projeto "MÃE LUÍZA (SEM) DESASTRES"



Convidamos todos os lideres comunitários, dirigentes de instituições públicas e a comunidades de Mãe Luiza para participar da 1ª reunião para discussão e viabilização do Projeto de Extensão “Fortalecimento e capacitação de comunidades e agentes locais para a redução de riscos de desastres naturais” - PROJETO MÃE LUÍZA (SEM) DESASTRES – a ser desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN em parceria com líderes e população do Bairro de Mãe Luíza. Esta reunião ocorrerá nesta quinta-feira, 26, às 09:30 h, no Centro Sócio-Pastoral Nossa Senhora da Conceição, que se localiza na Rua João XXIII, nos fundos da Igreja Católica.
Pretende-se que este projeto seja desenvolvido no Bairro de Mãe Luíza, na cidade de Natal, por um período de 18 meses. O objetivo geral deste projeto é o de fortalecer e capacitar a população da comunidade de Mãe Luíza e os demais atores sociais envolvidos com as ações de redução de riscos de desastres naturais de maneira a contribuir para o aumento da resiliência comunitária frente aos desastres.
Trata-se de um Projeto, que faz parte de um Programa de Extensão da UFRN, que envolve vários Projetos de Extensão, num esforço coletivo da UFRN para contribuir com a Redução dos Riscos de Desastres no Rio Grande do Norte, em parceria com as comunidades vulneráveis e instituições que lidam com desastres naturais, decorrentes de chuvas, alagamentos, deslizamentos de terra etc.

 
Atenciosamente agradece,


Prof. Dr. Pitágoras José Bindé – Departamento de Psicologia.
Prof. Dr. Ricardo José Matos de Carvalho – Departamento de Engenharia de Produção.
Profa. Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa – Departamento de Enfermagem.
Profa. Dra. Katie Almondes – Departamento de Psicologia.
Prof. Dr. Fábio Fonseca Figueiredo – Departamento de Políticas Públicas.

(Coordenadores do Projeto)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

EDITORIAL: Cuidar dos desabrigados, superar desafios e entender a tragédia

Ion de Andrade


A catástrofe que se abateu sobre o bairro de Mãe Luiza, felizmente sem deixar vítimas até agora, decorre de um conjunto de fatores de curto, médio e longo prazo, que atuaram na geologia da área permitindo que as chuvas torrenciais recentes    tenham agido como um fator desencadeador.
A igreja católica, o Centro Sócio-Pastoral, aS  igrejas evangélicas e várias organizações da comunidade, desde a primeira hora, ofereceram os seus espaços para o acolhimento das famílias que perderam o que tinham e que devem continuar  sendo alvo do nossos cuidados, carinho e         compaixão até que o problema tenha realmente ficado para trás, o que demorará algum tempo. No nosso caso, a Casa Crescer e a Escolinha Espaço Livre foram disponibilizadas para receber os      desabrigados. A igreja católica destinou o seu    espaço para recepcionar as doações.
Através de conversas informais com especialistas da área de infraestrutura urbana e estudiosos da dinâmica de ocupação da orla marítima de Natal na qual o bairro Mãe Luiza se insere, vimos que há vários indícios sobre os fatores concorrentes para esse problema:
a) Obras de engenharia para contenção das    encostas: provavelmente os muros de arrimo e  outras obras de contenção que visam proteger os prédios implantados na orla de Areia Preta         contribuíram para represar uma água que em     circunstâncias naturais teria descido até a praia por toda a encosta, impedindo a concentração num ponto mais fraco que funcionou como corredor de drenagem destruindo tudo;
b) Fragilidade da rede de esgoto e de drenagem pluvial: avalia-se que o sub dimensionamento da rede de esgoto e águas pluviais da Rua Guanabara seja um forte vetor gerador desse problema.      Ressalta-se que representações comunitárias de Mãe Luzia acompanhavam há mais de dez anos essa questão, sem contudo obter êxito no redirecionamento dos projetos junto ao órgão   competente.
c) Ligações clandestinas da rede de esgoto e de drenagem pluvial, além da obstrução da tubulação por acúmulo de lixo e
d) Chuvas torrenciais.
Como vemos, de um jeito ou de outro, a ação humana sobre o meio ambiente contribuiu para a eclosão de uma catástrofe ambiental com consequências devastadoras principalmente para as famílias que vivem na Rua Guanabara e no seu entorno.
É importante que a dinâmica completa do fenômeno seja compreendida por todos, pois a mídia tem    acentuado como causa única, além das chuvas,    apenas o fator que envolve Mãe Luiza: o acúmulo de lixo nas tubulações e supostas construções      desordenadas, o que aliás coincide com um conceito a priori sobre o bairro. Na verdade, possuidora de uma lei de uso e ocupação do solo específica nos marcos do Estatuto da Cidade, as casas em Mãe   Luiza, desde 1995, respondem a um padrão de     ocupação mais restritivo e adequados às suas        especificidades sociais e físico ambientais, o que certamente concorreu para minimizar a gravidade do desastre.
De resto vale sinalizar positivamente:
a) a solidariedade da sociedade que está fazendo afluir a Mãe Luiza grande quantidade de donativos, água, roupas, alimentos, colchões e muito mais e
b) o compromisso da prefeitura com a reconstrução das casas e com as obras de drenagem, combinadas com um projeto urbanístico que possa converter   aquele corredor num espaço seguro, belo e de      cidadania.
Parabéns à sociedade pela solidariedade e à prefeitura por liderar a iniciativa de reconstruir e de assegurar o não deslocamento de famílias.
Necessário ainda se faz a concretização do aluguel social, que foi também assegurado pelo município para que, durante o tempo de espera da finalização das, os desabrigados possam estar alojados           dignamente.
A hora agora é de cerrar fileiras para reconstruir, aprender com o ambiente e com a ação humana    sobre ele, corrigir erros e fazer do problema uma oportunidade para dias melhores.

terça-feira, 17 de junho de 2014

A quantas anda as ações de assistência em Mãe Luiza

Desde a noite de ontem, segunda-feira, 16, máquinas e operários trabalham para cobrir com lonas plásticas a cratera na rua Gunabara.  A obra de caráter emergencial procura evitar novos deslizamentos em Mãe Luiza e Areia Preta. Esta "cobertura" servirá como uma espécie de “calha” por onde a água da chuva deve escoar até o mar sem causar mais danos e assoreamentos na área afetada. As ações foram autorizadas por técnicos da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Quanto ao tráfego na avenida Governador Silvio Pedrosa (Via Costeira) principal rota da linha 33 que assiste nossa comunidade, ainda não há previsão para sua liberação pois a limpeza de sua área está apenas no começo.


Hoje, 17, pela manhã, uma equipe de cinco geólogos do Serviço Geológico do Brasil, ligado ao Ministério de Minas e Energia, foi apresentada em reunião na Prefeitura de Natal pelo prefeito Carlos Eduardo como responsáveis pela avaliação final acerca dos prejuízos e do futuro da área onde ocorreram os deslizamentos no bairro e em Areia Preta. O grupo começou nesta terça-feira os trabalhos de análise na área, e tentará entregar o diagnóstico o mais rápido possível. Eles também dirão se ainda será possível ocorrer ocupação no local e também os custos para a recuperação da região.


Ainda na reunião, na presença de geólogos, moradores, secretários e imprensa, Carlos Eduardo assumiu o compromisso emergencial de pagar aluguel para as famílias de Mãe Luiza que ficaram desabrigadas após o incidente. Na ocasião o prefeito explicou que todas as medidas estão sendo adotadas pela Prefeitura para minimizar os transtornos dos moradores desabrigados e no menor prazo possível.


 A Secretaria do Trabalho e Assistência Social de Natal (Semtas) está fazendo a distribuição das diversas doações recebidas no ponto de apoio montado para ajudar as pessoas atingidas na rua Guanabara, em Mãe Luiza. Em uma tenda coberta por uma lona azul é possível realizar o cadastramento e receber kits. A Prefeitura irá se reunir com o Comandante do Exército para montar uma operação efetiva e com rapidez para o trabalho de distribuição.


O Centro Sócio-pastoral Nossa Senhora da Conceição, também está distribuindo kits de doações para as famílias afetadas, com mantimentos suficientes para uso ao longo de uma semana. Pedimos a quem já foi atendido que não tente enganar os voluntários engrossando as filas e tirando a oportunidade de assistência a outras famílias.


Uma das grandes necessidades de nossa comunidade ainda é o acesso a água potável. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) está realizando “manobras” no sistema de abastecimento para as diferentes partes do bairro, fornecendo água em horários em que não chove. No entanto, ainda não está sendo suficiente para atender toda comunidade que nos últimos dias tem recebido a visita de carros pipas.

Amanhã, quarta-feira, 18, as 15h, ocorre uma reunião na Igreja Batista do Farol com várias entidades e órgãos do governo responsáveis pelas ações de assistência no intuito de traçar metas mais eficientes para atender os acometidos pelo deslizamento.

Fotos: fernando Domingo/Roberto Lucena/Micael Silva

domingo, 15 de junho de 2014

Pontos de Acolhimento de Famílias Desabrigadas e Doações

As chuvas fortes que caem desde a última sexta-feira, 13, estão causando muitos danos por toda Natal. Nosso bairro, Mãe Luiza, foi um dos mais afetados com a falta de infraestrutura da cidade. Dois grandes deslizamentos de terra ocorreram sábado, 14, na rua Guanabara e deixaram cerca de mais de 50 famílias desabrigadas. Com a cratera enorme que se abriu no local a rua ficou intransitável impedindo que as linhas de transporte urbano entrem na comunidade causando mais transtornos e falta de mobilidade.

 Rua Guanabara

A Defesa Civil está agindo no local, afim de evacuar as área afetada e o entorno do local. Pedimos a todos que colaborem atendendo ao pedido de evacuação. Até o momento não há registro de mortes ou feridos.
O Centro Sócio-pastoral Nossa Senhora da Conceição está com dois pontos de apoio aos desabrigados. Na Escola Espaço Livre estão sendo acolhidas as famílias que ficaram sem moradia devido ao desabamento de suas casas, ou por conta da evacuação que ocorre nos arredores no local. 
Já na Igreja Católica funciona um ponto de arrecadação de alimentos, roupas, fraudas e todo tipo de doações que possa amenizar o sofrimento das famílias afetadas pelo acidente em nosso bairro.

 Igreja Católica: ponto de arrecadação


Endereço: Centro Sócio-pastoral Nossa Senhora da Conceição 
                  Rua João XXIII, S/N, Mãe Luiza 
                  Fone para contato: (84) 88623489